domingo, 24 de abril de 2011

O poder das argilas

O Poder das máscaras de argilas
A capacidade de um profissional do segmento estético em alcançar resultados favoráveis em seus procedimentos está intimamente ligada à sua relação com a Natureza. Seu poder está intimamente relacionado ao conhecimento que ele possui dos recursos por ela oferecidos para curar, hidratar, reconstituir, desintoxicar, revitalizar, equilibra ou qualquer outra ação que se proponha.
As máscaras são poderosas auxiliares nos tratamentos estéticos. Elas reforçam e resolvem todo o tipo de problemas em poucos minutos, principalmente pelo poder e concentração de seus elementos, que funcionam como um verdadeiro tratamento de choque, simples, mas extremamente eficiente.
Ampliando o poder das argilas, os óleos essenciais integram uma sinergia perfeita que completa as ações dos minerais encontrados nas argilas. Os óleos essenciais são substâncias encontradas sob forma líquida ou sólida nas folhas, caules, frutos, raízes ou casca de vegetais, possuindo propriedades específicas que beneficiam a pele e complementam o tratamento. Para que o uso das máscaras de argilas seja potencializado, faz-se necessário o domínio de informações básicas sobre os produtos a serem utilizados e os procedimentos básicos que os acompanham:
O que é argila?
É um material natural, composto por partículas extremamente pequenas de silicato minimizado (ou silicato de alumínio), além de diversos oligoelementos, destacando entre os minerais encontrados, o silício - segundo elemento mais abundante na natureza.
As diferentes fontes de extração produzem silicatos minimizados de diferentes tipos e concentrações. Como por exemplo o Titânio, Magnésio, Cobre, Zinco, Alumínio, Cálcio, Potássio, Níquel, Manganês, Lítio, Sódio, e Ferro. Porém, as diversas constituições das argilas não modificam suas principais atuações, promovendo a ação absorvente, cicatrizante e anti-séptica. Os minerais encontrados nas argilas funcionam como potenciadores de determinados efeitos, conforme a sua concentração. Quando estes minerais estão em doses ínfimas, são chamados de oligoelementos, mas seu efeito remineralizante se faz notar mesmo nestas quantidades.
Quais são as argilas e suas diferentes composições?
ARGILA VERDE: rica em silício e diversos oligoelementos. Desinfiltra o interstício
celular, é esfoliante suave, promove a desintoxicação e regula a produção sebácea.
Efeitos: desintoxicante e adstringente.
ARGILA BRANCA: rica em silício e alumínio e diversos oligoelementos. Promove
aumento na oxigenação de áreas congestionadas, a uniformização pela esfoliação suave e regula a queratinização. Efeito: revitalizador.
ARGILA CINZA: rica em silício e alumínio e diversos oligoelementos. Efeitos:
antiinflamatório e cicatrizante.
ARGILA VERMELHA: rica em silício e ferro e oligoelementos. Regula a microcirculação cutânea, sendo recomendada para peles sensíveis, com couperose eavermelhadas. Efeitos: regulador e tensor.
ARGILA AMARELA: rica em silício, alumínio e oligoelementos. Resulta em efeito tensor e ativador da circulação produzido pelo ferro, além do seu maior teor de potássio. Contribui para o equilíbrio iônico e hidratante do gel celular. Efeitos: desinfiltrante, adstringente e desintoxicante.
ARGILA MARROM: Argila rara com elevado teor de silício, alumínio e titânio e
outros oligoelementos. Resulta em efeito ativador da circulação, além de contribuir com um efeito equilibrador e revitalizador. Efeitos: desinfiltrante, adstringente e
desintoxicante.
ARGILA PRETA: Argila rara com elevado teor de silício, alumínio e titânio e outros
oligoelementos. Resulta em efeito ativador da circulação,adstringente além de contribuir com a renovação celular. Efeitos: antiinflamatório, cicatrizante, tensor e desintoxicante.
Como criar tratamentos faciais com argilas?
Você pode criar diversos tratamentos individualizados de acordo com o tipo de pele ou o problema estético. Mas não faça dessas sugestões seu único referencial.
Experimente e crie novas combinações seguindo a tabela de indicações e sinergias como uma referência inicial. Depois é só procurar conhecer as propriedades dos óleos
essenciais e aplicá-los conforme as indicações.
É também muito importante observar o tipo de pele para que a escolha do carreador possa beneficiar a epiderme. Os carreadores podem ser emolientes, nutritivos e até hidratantes. Os carreadores em gel atendem as peles oleosas ou acnéicas. Já os que estão em forma de creme, são bastante recomendáveis que sejam formulados com óleo vegetal e não com óleo mineral, para que não dificulte a penetrabilidade dos óleos essenciais, além de evitar as formulações dos cosméticos que contenham perfumes, para não interferir na associação com óleos essenciais.
Qual a melhor máscara para cada caso?
São as máscaras hidratantes, à base de agentes emolientes e umectantes que atraem a água à superfície da epiderme tais com os óleos vegetais e essenciais.
As máscaras faciais de argila servem para limpar, nutrir, e revitalizar a pele, através da
eliminação de toxinas, da micro esfoliação e do estímulo da circulação sangüínea local.
Também podem acalmar e hidratar, dependendo dos ingredientes utilizados.
No entanto, é importante que se utilize argila de boa procedência, dissolvida em água
mineral ou destilada ou associada ao gel neutro.
Como usá-las?
Antes de aplicar uma máscara, faça uma higienização na pele, para facilitar a atuação dos ativos. Não é necessário fazer uma esfoliação prévia, pois a argila vai funcionar também como esfoliante. Salvo indicação em contrário, evite aplicar na área do contorno dos olhos.
As argilas preparadas com gel neutro e óleos essenciais não necessitam de acréscimo de água. Coloque até 3 gotas de óleo essencial em 10 g de máscara gel neutro e misture com 20 g de argila.Misture bem e aplique como uma máscara cremosa.Dessa forma os óleos essenciais compõem uma forma bem diversificada de criar diferentes tipos de máscaras.
A partir de algumas misturas básicas, pode-se criar um programa de tratamentos personalizados, combinando os benefícios de máscaras diferentes. Uma máscara hidratante, por exemplo, pode ser aplicada na seqüência de uma clareadora.
Vejamos alguns exemplos:
Para peles oleosas e combinadas.
Para peles acnéicas acrescente, 2 gotas de tea tree.
Máscara de ARGILA VERDE com O . E. de hortelã-pimenta - 1 gota, com O . E. de
cipreste- 2 gotas.
Ação:
Máscara adstringente e refrescante que combina a micro esfoliação da argila verde
com o efeito tensor e adstringente do óleo essencial de cipreste, para promover
tonicidade e maciez à pele, bem como a ação descongestionante e refrescante do óleo de hortelã-pimenta. Promove uma suave sensação de frescor. Auxilia no controle da oleosidade.
Para peles sensíveis, desidratadas e manchadas
Máscara de ARGILA BRANCA com O . E. de lavanda - 2 gotas, com O . E. de
palmarosa - 1 gota.
Máscara hidratante e regeneradora, que combina o poder revitalizante e cicatrizante da argila branca com a ação citofilática do óleo essencial de lavanda e palma rosa, para promover a maciez e o clareamento da pele, restaurando o viço e a luminosidade.
Para peles envelhecidas e cansadas.
Máscara de ARGILA PRETA com O . E. de copaíba - 2 gotas, com O . E. de
gengibre- 1 gota.
Máscara regeneradora e nutritiva para peles cansadas e desvitalizadas que combina, de forma sinérgica, o efeito estimulante do gengibre com a ação regenerativa e hidratante da copaíba, potencializado pela renovação celular promovida pela ação esfoliante da argila.
Para todo tipo de pele inflamada.
Máscara de ARGILA CINZA com O . E. de gerânio - 1 gota, com O . E. de tea tree
(melaleuca) - 2 gotas e lavanda 1 gota.
Máscara cicatrizante e antiinflamatória, produzida pela argila com a ação dos óleos
essenciais de gerânio e lavanda, que ajudam a equilibrar as peles com acne de origem
hormonal, por tensão ou estresse.
Para peles mistas e desvitalizadas.
Máscara de ARGILA MARROM com óleo essencial de laranja - 1 gota e O. E. de
mirra.- 1gota, O. E. de lavanda - 1 gota.
Máscara esfoliante e nutritiva, que combina a micro esfoliação produzida pela argila e
potencializada pelos óleos essenciais de mirra e laranja. Ajuda no tratamento de rugas
finas, peles manchadas e desvitalizadas.
Para peles oleosa e asfixiada.
Máscara de ARGILA AMARELA com óleo essencial de cipreste - 1 gota e O. E. de
copaíba.- 1gota, O. E. de lavanda - 1 gota .
Máscara revitalizante e adstringente que combina a micro esfoliação produzida pela
argila e potencializada pelos óleos essenciais de cipreste e copaíba. Ajuda no tratamento de peles desvitalizadas e com rugas finas, com poros dilatados.
Como usar argila em uma seqüência de tratamento de acne?
Esfoliante suave: (Somente para acne grau 1, nos demais não fazer a esfoliação).
Esfoliante suave: (Somente para acne grau 1, nos demais não fazer a esfoliação).
Aplicar suavemente 5 ml de óleo vegetal de calêndula com 1gota de OE de limão.
Aplicar em seguida cerca de 30g de argila verde ou branca diluída em água mineral.
Deixar agir por cinco minutos. Remover fazendo uma leve esfoliação.
Emoliência:
Pode ser usado óleo de eucalipto, lavanda ou alecrim durante a aplicação do vapor. Os fabricantes costumam ter um recipiente próprio para esta etapa. Não coloque óleo
diretamente na água, pois óleos essenciais não são solúveis em água.
Extração:
Proceda como o indicado em cada caso.
O óleo de tea tree pode ser usado como bactericida e hemostático. Tome o cuidado de
fazer o teste de sensibilidade. Ele poderá ser usado logo após a extração, puro, com um cotonete, um a um. Não use desta forma caso as lesões sejam em grande quantidade.
Máscara facial finalizadora:
Indicação dos óleos para cada caso:
a) Peles sensíveis
- 1 colher de sopa de gel neutro com 2 gotas de OE de lavanda e 1 gota de OE de
camomila
b) Peles edemaciadas e inflamadas
- 1 colher de sopa de gel neutro com 2 gotas de OE de lavanda e 1 gota de OE de
gerânio.
c) Peles seborréicas
- 1 colher de sopa de gel neutro com 2 gotas de OE de lavanda e 1 gota de OE de
cedro
d) Peles congestionadas
- 1 colher de sopa de gel neutro com 2 gotas de OE de lavanda e 1 gota de OE de
cedro
modo de aplicação:
• Aplicar uma camada espessa em todo o rosto e colo sobre uma gaze embebida em
spray aromático de lavanda. Deixar agir por 10 minutos.
• Remover a máscara utilizando o spray de lavanda. Finalizar removendo o excesso
com algodão molhado.
Spray aromático finalizador:
Spray aromático de lavanda ou qualquer outro óleo essencial indicado.
Para preparar um volume de 100ml, Diluia até 10 gotas de OE. em 10 ml de álcool de
cereais, depois acrescente 90 ml de água destilada.
Manutenção:
Lavar o rosto com sabonete indicado, aplicar em seguida o spray de lavanda. Deixa
secar naturalmente.
Sobre as pápulas e pústulas aplicar com cotonete uma gota de OE de tea tree, uma vez ao dia até secar.
Em peles sensíveis é importante fazer um teste de sensibilidade antes de usar
Trabalhar com argilas no segmento estético pode parecer para muitos uma grande
novidade, mas não podemos perder de vista que há registros milenares apontando o uso de máscaras de argilas como prática terapêutica, podendo citar a civilização egípcia, que gerou grandes contribuições na área da Aromaterapia. Muito do que sabemos advém de um exercício de resgate dessa fantástica cultura.
Cabe a nós continuarmos estudando, pesquisando, divulgando e nos aprimorando cada vez mais, não nos satisfazendo com o que nos é dado "pronto". A partir do
conhecimento adquirido, exercitar a intuição, integrando as experiências práticas,
desenvolvendo estudos de casos e formatando novos protocolos. Assim, estaremos
contribuindo para a evolução da Estética.

Autor: Julia Nunes Publicado em:08/06/2007 Fonte: Julia Nunes
A Aromaterapia e a Geoterapia aplicadas aos procedimentos estéticos: Um enfoque
sobre o uso dos óleos e argilas com os resultados que você quer!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Vacuoterapia X Endermologia

VACUOTERAPIA X ENDERMOTERAPIA

Atualmente, muito se tem falando sobre o quê, e como fazer, para acabar com a celulite. O mal é temido por homens e mulheres no mundo inteiro e afeta 95% das mulheres, sem exceção. Por isso a procura pelos tratamentos de estética vêm crescendo a cada dia.

Nós perguntamos: O que realmente funciona e que tipos de tratamento se deve utilizar, uma vez que existem vários métodos de tratamento?

Um dos mais eficazes métodos até nossos dias e mundialmente conhecido é a “ENDERMOTERAPIA”, popularmente conhecido como ENDERMOLOGIA, mas o que vem acontecendo é que muitos profissionais desinformados acabam adquirindo tratamentos ou equipamentos de "vacuoterapia" como se fossem de ENDERMOTERAPIA (endermologia). Dessa forma, tanto profissionais como pacientes são lesados, pois estes dois métodos são distintos e com indicações diferentes. Acabam, então, não obtendo o resultado desejado no tratamento, ou até mesmo causando futuras complicações no quadro clínico do paciente.


Diferenças básicas entre Vacuoterapia e Endermoterapia (endermologia)

Na Vacuoterapia

• A prega cutânea é fixa e não variável;
• O operador fricciona a ventosa ou o cabeçote no corpo do paciente, causando uma sensação desconfortável e dolorida, tanto para o paciente como para o operador.

Conceito: o sistema promove uma sucção, pressão negativa (-), do tecido a ser tratado.

A Vacuoterapia é uma técnica milenar que evolui com o passar do tempo. Pode ser por cabeçotes com pequenos roletes para facilitar o manuseio sobre o corpo do paciente, que recebe um óleo, gel, ou até mesmo o uso de uma malha (macaquinho) para deslizar melhor. É indicado para tratamentos de quelóides, cicatrizes hipertróficas e tratamento facial, com resultados comprovados por profissionais da área.
Devemos lembrar ainda que a prega cutânea feita pelo equipamento de vacuoterapia é fixa e não variáve,l o que pode gerar ou aumentar a flacidez de pele do paciente, e isso ocorre porque nosso corpo tem diferentes tensidades de pele. Exemplo disso é o culote, que é mais rígido, com tecido adiposo (células de gordura) mais compacto, diferente de uma entre-face da coxa, onde o tecido conjuntivo (pele) é mais sensível e flácido em praticamente 90% dos pacientes.

Na Endermoterapia (Endermologia)

• A prega cutânea é móvel e gravitacional, molda-se à região corporal que está sendo tratada;
• O cabeçote é motorizado e o operador apenas executa as manobras indicadas para cada quadro clínico, sendo muito confortável e relaxante tanto para o paciente quanto para o operador do equipamento.

Conceito : O sistema promove uma sucção, formando uma prega cutânea, pressão negativa (-) entre dois rolos motorizados. Estes, por sua vez, realizam uma massagem, pressão positiva (+).

Suas principais indicações são:
• Pós-Operatório de Lipoaspiração e Cirurgia Plástica;
• Celulite Fibrosa;
• Gordura Localizada;
• Redução de Medidas;
• Drenagem Linfática;
• Tonificação da Pele;
• Má Circulação.

Atualmente, existem apenas 5 (cinco) equipamentos que realmente são indicados para Endermoterapia (Endermologia): Endermologie, Silklight (antigo Silhouete), Celluvac, In-dermo e Celutrat.

A Endermoterapia (endermologia) é um método indolor e não agressivo, que executa uma massagem suave, relaxante e profunda, pois compreende, ao mesmo tempo, massagem, rolamento motorizado e sucção, atingindo todas as camadas do tecido conjuntivo, atuando com inteira eficácia no tecido adiposo (células de gordura). Quanto à circulação, teremos uma hipervascularização na área tratada, um aumento de oxigenação e o descongestionamento dos vasos sanguíneos.

Como em qualquer outro método, a Endermoterapia (Endermologia) também tem suas contra-indicações. Pacientes com:

- Cálculo Renal (paciente em crise);
- Problemas Vasculares (trombose venosa profunda);
- Neoplasias (Câncer).

Na Endermoterapia devemos lembrar que o paciente fará uso de uma malha de poliamida para higiene e proteção, que não há limite de idade para se submeter ao tratamento e, ainda, até mesmo as gestantes podem fazer o uso deste método


JOELSON FACCHINI

Formação: MASSOTERAPEUTA, em 1996, pela Escola SOS CORPO - Caxias do Sul/RS.
Registros: Fundação Educacional e Cultural Padre Landell de Moura � FEPLAM, sob o nº141.323.
Departamento de Proteção a Saúde � DPS, sob o nº 024/15ª Delegacia Regional de Saúde.
Associação de Ensino Profissionalizante do Rio Grande do Sul � AEPERS, sob o nº0074/00.
Especializado em MASSAGEM TERAPÊUTICA, em 2000, pela Escola SOS CORPO - Caxias do Sul/RS.
Registro: Escola SOS CORPO, sob nº 94/93 009.
ESPONDILOTERAPEUTA, em 2000, pela Escola SOS CORPO - Cx. Sul/RS.
Registro: FEPLAM nº 196.613.
Habilitado em TERAPIAS DAS PEDRAS NATURAIS, em 2004, pelo CENTRO HOLISTICO IDHERA � POA/RS.
Registro: FEPLAM nº 236.467.
LINFOTERAPEUTA, especializado nos MÉTODOS FÖLDI, LEDUC, VODDER E PROPELI de Drenagem Linfática Manual

Nanocosméticos

Nanocosméticos

O caminho para os nanocosméticos no mercado mundial foi aberto há 15 anos pela empresa francesa Lancôme, divisão de luxo da L’Oréal, com o lançamento de um creme para o rosto transportado por nanocápsulas de vitamina E pura para combater o envelhecimento da pele. O desenvolvimento nanotecnológico foi feito na Universidade de Paris 11, que patenteou a inovação, licenciada pela empresa. Desde então vários gigantes do setor de cosméticos mundial investiram em pesquisa para desenvolver produtos nessa linha. No Brasil, o interesse pela nanotecnologia aplicada aos cosméticos é recente, mas tem envolvido cada vez mais empresas e pesquisadores das principais universidades brasileiras. Para um produto cosmético ser classificado como nanocosmético é necessário que contenha estruturas organizadas e menores que 999 nanômetros (1 nanômetro equivale a 1 milímetro dividido por 1 milhão de vezes). “A identificação de que a cosmética é uma área portadora de futuro para a nanotecnologia levou o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) a criar e implementar, em 2005, a Rede de Nanocosméticos”, diz a coordenadora Silvia Guterres, professora do Departamento de Produção e Controle de Medicamentos da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Essa rede faz parte de um pacote de estímulos à nanociência e nanotecnologia implementado em 2001.

A Rede de Nanocosméticos é formada por pesquisadores de universidades e centros de pesquisa brasileiros que também mantêm colaborações científicas com estrangeiros. Entre os parceiros brasileiros estão, além da UFRGS, a Universidade de São Paulo (USP), campus de São Paulo e de Ribeirão Preto, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os colaboradores internacionais estão vinculados a universidades da França, Suíça, Suécia, Alemanha, Inglaterra e Holanda. “Nós voltamos o nosso olhar para a cosmética pela oportunidade. Mas a minha formação, como a da maioria dos membros da rede, é na área de medicamentos”, diz a coordenadora. Silvia participou do desenvolvimento do primeiro medicamento de base nanotecnológica brasileiro, um nanoanestésico para a pele da empresa paulistana Incrementha, formada pelas indústrias farmacêuticas Biolab e Eurofarma (leia nas edições 135 e 143 de Pesquisa Fapesp).

Atualmente, a nanotecnologia voltada para a cosmética tem como foco sobretudo os produtos destinados à aplicação na pele do rosto e do corpo, com ação antienvelhecimento e de fotoproteção. “As nanoestruturas são verdadeiros reservatórios que controlam a profundidade de penetração do cosmético na pele e a velocidade com que o ativo será liberado”, explica Silvia. “Concentrações dos ativos liberadas gradualmente não vão atingir limites tóxicos e permitem um fornecimento constante às diferentes camadas da pele.” A conseqüência dessa forma de ação é mais eficácia com menores doses.

O interesse das empresas fabricantes de cosméticos pela nanotecnologia pode ser medido pelo sigilo que cerca os contratos e convênios fechados com as universidades brasileiras. Aqui, a máxima de que o segredo é a alma do negócio é realmente levada a sério. Não é para menos, porque este é um setor em franca expansão no Brasil. Hoje, o país ocupa a terceira posição no ranking mundial de cosméticos, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão. Em apenas 2 anos, 2005 e 2006, deixou para trás mercados tradicionais como França, Alemanha e Inglaterra. “Isso dá uma idéia da importância que o cosmético tem em um país que não é rico”, diz Silvia. Em 2007 o faturamento das indústrias do setor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos no mercado interno chegou a R$ 19,6 bilhões, representando um aumento de 11,5% em relação a 2006. “Estudos mostram que o consumo de cosméticos no Brasil não se diferencia entre os vários estratos sociais”, diz Silvia. “A parcela que um consumidor da classe A, B, C, D ou E investe do seu montante financeiro em cosmético é ba­sicamente igual. O que muda é o valor investido.”

O mercado cosmético é muito dinâmico e renova constantemente os seus produtos, uma realidade bastante diversa da área de medicamentos, em que um produto demora muito tempo para ser desenvolvido e se estabelecer no mercado, onde permanece por muitos anos. “A área cosmética está nos ensinando muito, porque na medida em que conseguimos chegar mais perto do final de um ciclo tecnológico isso se torna muito útil também para o desenvolvimento de medicamentos”, diz Silvia. “As duas áreas se nutrem uma da outra.” No Brasil, a primeira empresa a desenvolver e colocar no mercado um nanocosmético foi O Boticário, com um creme anti-sinais para a área dos olhos, testa e contorno dos lábios chamado Nanoserum. A com­posição nanoestruturada leva ativos como vitamina A, C e K e um produto para clareamento. A tecnologia, desenvolvida em parceria com o laboratório francês Comucel, teve investimentos de R$ 14 milhões e faz parte da linha Active, que começou a ser vendida em 2005. A Natura lançou em 2007 um produto para hidratação corporal, chamado Brumas de Leite, com partículas da ordem de 150 nanômetros.

Sistema biocompatível
A tendência é a expansão desse mercado. Para isso, as empresas estão sempre antenadas com as inovações desenvolvidas nas li­nhas de frente de pesquisa. O grupo da professora Maria Helena Andrade Santana, da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp e participante da Rede de Nanocosméticos, por exem­plo, trabalha em parceria com a Chemyu­nion, fabricante nacional de matérias-primas para produtos cosméticos e farmacêuticos, no desenvolvimento de produtos de base nanotecnológica. A Agência USP de Inovação está negociando com uma empresa a transferência de tecnologia de um sistema nanotecnológico inovador e biocompatível, desenvolvido pelo grupo coordenado pela professora Maria Vitória Lopes Badra Bentley, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP e também integrante da rede, que recebeu em 2006 o Prêmio Capes de Tese na área de farmácia, dado pela Coo­rdenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

“O sistema desenvolvido, além de carrear, aumenta a penetração cutânea de princípios ativos”, diz a pesquisadora. Como o processo legal ainda não foi finalizado, ela não dá detalhes sobre a inovação desse sistema, mas adianta que não se trata de lipossoma (nanoestrutura semelhante a pequenas esferas de gordura) nem de nanopartícula sólida. E dá algumas pistas da inovação. “Conseguimos uma taxa de penetração muito boa na pele utilizando esse sistema com peptídeos, que são moléculas relativamente grandes para a penetração cutânea”, diz. “Ele tem uma aplicação muito interessante para produtos tanto de ação dermatológica como cosmética”, completa Maria Vitória, sem poder revelar mais sobre o assunto.





O grupo da pesquisadora também mantém convênios de cooperação com algumas empresas para desenvolver e avaliar a eficácia de novos produtos. “Somos pioneiros no desenvolvimento de metodologia in vitro para avaliação da penetração cutânea de fármacos, cujos resultados podem refletir a segurança e a qualidade de um produto tópico”, diz. Os testes são feitos com pele de orelha de porco, material muito semelhante à pele humana. As peles são dissecadas, montadas em peças de vidro, chamadas células de difusão, e a formulação é colocada sobre as mesmas. “Avaliamos a difusão do fármaco através da pele e também em qual camada ficou retido”, explica. Com esse método é possível trabalhar com várias preparações e ter maior reprodutibilidade nos re­sultados. “É mais fácil do que trabalhar com vários animais, já que há menos interferência como estresse e outras rea­ções fisiológicas, e fa­cilita para identificar a rota de penetração do produto”, diz Maria Vitória. “Sem contar que qual­quer produto cosmético que tenha utilizado animais não po­de ser registrado na Europa”, ressalta a pesquisadora, que já fez testes de permeação cu­tânea para a Natura.

Outra área que começa a despontar como promissora em nanocosméticos é a capilar. A pesquisadora Valéria Longo, do Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica (Liec), integrante do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos e vinculado à Universidade Federal de São Carlos, teve aprovado um projeto pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para desenvolver, em parceria com a empresa Kosmoscience, de Valinhos, uma nanoemulsão para alisamento de cabelos. “Pelo tamanho reduzido das partículas, é possível obter uma emulsão que, além de manter a propriedade constante em toda a extensão do cabelo, vai recobrir com mais eficiência as fibras capilares”, diz Valéria. “A vantagem é que a nanoemulsão, diferentemente dos alisantes comuns, não precisará destruir a estrutura externa das fibras capilares, chamada de cu­tícula, para penetrar nos fios.” Isso porque a fibra tem naturalmente microcanículos que permeiam moléculas pequenas como água. O produto no nível nano aproveitaria essa passagem natural que a fibra possui. O grupo da professora Maria Helena, em parceria com a Chemyunion, desenvolveu uma tecnologia de produção de nanopartículas de sericina (proteína originária da seda), utilizada para fabricação de um produto que proporciona selagem das cutículas dos fios danificados, chamado Seriseal. “O produto devolve aos cabelos a aparência saudável”, diz a pesquisadora. O lançamento está previsto pa­ra ocorrer até a metade do ano.

Novas nuances
Os caminhos para utilização das nanopartículas apontam para várias direções. Empresas como a L’Oréal apostam que, no futuro, seu port­fólio de produtos de maquiagem será baseado em nanopigmentos. “Serão obtidas tonalidades de cores nunca vistas antes, com muito mais nuances”, diz Silvia. O desenvolvimento brasileiro na nanotecnologia passa pela Rede de Nanocosméticos, grupo de pesquisa vir­tual que tem como objetivo transitar por todos os ciclos de desenvolvimento de um produto, gerando competência brasileira. O modelo escolhido para estudo da rede é um filtro solar. “Um grupo na UFRJ, por exemplo, trabalha com alergenicidade de produtos cutâneos utilizando o modelo de estudo. Dois outros grupos, do IPT e da UFRGS, na outra ponta do ciclo de produção, trabalham com produção em escala”, relata Silvia. A rede funciona como catalisadora para impulsionar a aproximação universidade e empresa. Quando a rede surgiu, ela agregou pesquisadores que faziam pesquisas na área de nanotecnologia e poderiam ter aplicação na área de cosmética”, diz Maria Vitória.

O grupo coordenado pela pesquisadora já trabalhava, antes de integrar a rede, no desenvolvimento de produtos tópicos para aplicação na pele com finalidade dermatológica e cosmética. Maria Vitória, que há 17 anos se dedica à área de permeação cutânea, explica que não há diferença entre encapsular um ativo para uma inflamação cutânea e uma vitamina com ação cosmética. No entanto, antes de escolher o sistema nanotecnológico mais adequado para transportar um princípio ativo, é necessário saber qual o local de entrega do produto, o tamanho da molécula ativa e outras variáveis. “Existem fatores químicos, biológicos, físicos e tecnológicos que estão envolvidos para finalizar um produto com qualidade”, diz Maria Vitória, que recebeu financiamento da FAPESP para compra de equipamentos utilizados em nanotecnologia.

Ação diferenciada
“A definição tradicional de cosmético é de um produto que não penetra na pele e tem principalmente atividade sensorial”, diz Maria Helena. Quando as moléculas dos princípios ativos dos cremes possuem tamanhos maiores, elas ficam só na superfície da pele, protegendo-a da perda de água. Portanto, têm efeito puramente cosmético. “Só que atualmente está se dando muita ênfase aos dermocosméticos, com ação diferenciada na aplicação.” É exatamente essa a atuação que se procura para os nanocosméticos. Uma ação mais eficaz em rugas e preenchimentos pela penetração mais profunda das partículas na pele, sem o risco de alcançar a corrente sangüínea. “No nosso laboratório estamos trabalhando também com nanopartículas poliméricas de ácido hialurônico e lipossomas do tipo elástico, ambas com maior poder de penetração na epiderme, mas que não deixam o cosmético atingir a derme, região mais profunda das camadas de pele”, diz.

Os lipossomas funcionam nas modernas estratégias utilizadas em nanotecnologia como uma cápsula transportadora de princípios ativos. O componente estrutural dos lipossomas são os fosfolipídeos, o mesmo das células do nosso organismo. Para que possam penetrar pelos poros da pele, eles têm a superfície modificada com polímeros biocompatíveis, de forma a se tornar flexíveis ou elásticos. Isso ocorre porque, para carrear uma quantidade significativa de princípio ativo de creme para uma camada abaixo da pele, é necessário construir partículas de cerca de 100 nanômetros. Como a maioria dos poros da pele tem 30 nanômetros, para o lipossoma passar por eles e penetrar na epiderme tem que se deformar, mantendo a sua integridade. O polímero colocado na superfície deve ser altamente hidrofílico, ou seja, captar muita água, estabilizando e protegendo os lipossomas do atrito ao passar pelo poro. “Esse é um diferencial em relação a outras nanopartículas e exige conhecimento de engenharia da permeação da partícula em nanoporos, para obtenção do resultado desejado”, diz Maria Helena.

Além dos lipossomas, as nanoestruturas mais utilizadas para encapsular ativos são as nanopartículas poliméricas e as lipídicas sólidas. As nanopartículas poliméricas compreendem dois tipos: as matriciais ou nanoesferas, compostas só de polímeros, e as vesiculares ou nanocápsulas, feitas de óleo e recobertas com polímero. Ambas são empregadas para encapsular ativos lipofílicos, que apresentam grande afinidade química com gorduras. As nanopartículas lipídicas sólidas também se destinam a transportar compostos lipofílicos. “O grande apelo desse tipo de nanopartículas é a técnica de produção, de fácil escalonamento para rápida aplicação industrial”, diz a professora Adriana Pohlmann, do Instituto de Química da UFRGS e vice-coordenadora da rede. “Perfumes como o Allure, da Chanel, contêm nanoestruturas do tipo micelares, que controlam a liberação gradual de alguns aromas e a sua manutenção por mais tempo”, exemplifica Silvia.



As nanopartículas utilizadas nos produtos cosméticos são divididas em dois grupos: lábeis e insolúveis. As lábeis são as que se dissolvem física ou quimicamente após a sua aplicação sobre a pele, caso dos lipossomas e das nanopartículas biodegradáveis, enquanto as partículas insolúveis, como fulerenos e nanotubos – estruturas nanométricas feitas de carbono – e pontos quânticos – minúsculas partículas semicondutoras – são incapazes de se desestruturar nos meios biológicos. Essa classificação, proposta pelo Comitê Científico de Produtos para Consumo da União Européia, em 2007, foi criada para diferenciar os riscos das diferentes nanoestruturas e surgiu depois dos questionamentos feitos em relação à segurança do uso de óxidos metálicos, como o dióxido de titânio e óxido de zinco, em protetores solares. “A escolha da partícula lábil ou insolúvel é feita no início do processo porque é preciso prever como ela vai entrar na formulação, de que forma vai liberar os ativos e o que vai ocorrer depois de completar sua função”, diz Adriana.

Produto seguro
A maioria dos produtos que estão no mercado é composta basicamente por nanoestruturas à base de polímeros biodegradáveis ou de fosfolipídeos como a lecitina da soja, biocompatíveis e biodegradáveis. Quando o produto tem nanopartículas insolúveis, como ocorre com alguns filtros solares, é preciso verificar a segurança, principalmente nos casos em que as partículas têm menos de 100 nanômetros de diâmetro. “Acima disso, a tendência é de que fiquem retidas no estrato córneo, camada superior da epiderme. No processo de renovação da pele elas são eliminadas”, diz Adriana. Os filtros solares podem ser químicos ou físicos. Para a obtenção de filtros solares com fator de proteção mais alto, é comum a associação dos dois. Os químicos são moléculas orgânicas que absorvem a radiação ultravioleta. Os físicos são partículas inorgânicas, portanto insolúveis, que refletem os raios UV. “Quando a partícula é muito grande e o objetivo é bloquear a radiação solar, o protetor aplicado no corpo cria uma camada esbranquiçada”, diz Adriana. Para conseguir a mesma proteção e um efeito mais transparente, é necessário diminuir o tamanho das partículas. É isso o que as empresas estão fazendo, diminuindo as partículas da escala micrométrica para a nanométrica, mas mantendo a mesma proteção. “Muitas vezes essas partículas estão abaixo dos 100 nanômetros e podem entrar na corrente sangüínea”, diz Adriana. Ela ressalta que é possível fazer formulações com menos de 100 nanômetros, desde que sejam feitos ensaios que provem a segurança do produto.

O assunto segurança foi tema do III Diálogo Internacional em Pesquisa Responsável e Desenvolvimento de Nanotecnologia, realizado nos dias 11 e 12 de março deste ano, em Bruxelas, na Bélgica, que contou com a participação de representantes de países da Comunidade Européia, dos Estados Unidos, Japão, Austrália, Brasil e outros. “A posição mais responsável é considerar o fato de que há possibilidade de algum risco na utilização de qualquer produto novo, seja ele nanotecnológico ou não”, diz o professor Mario Baibich, coordenador-geral de Micro e Nanotecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia. Na reunião também foi ressaltada a importância de verificar quanto efetivamente um novo produto tem de nanotecnologia. “Muitos cosméticos são lançados com apelo nanotecnológico quando na verdade possuem tamanho em micrômetro”, ressalta Baibich.

Além dessa verificação, é preciso avaliar, pelo tamanho e composição das partículas, se o produto tem ou não capacidade de penetrar no organismo humano pelas paredes celulares. “Isso torna a nanotecnologia mais cara, porque quem for responsável vai seguir todos os parâmetros científicos antes de fazer marketing de um novo produto”, diz o professor. Uma das formas de ter controle sobre o tamanho das partículas que estão sendo fabricadas é pela nanometrologia, trabalho que começou a ser feito recentemente no Brasil pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).

É difícil fazer uma estimativa de quantos produtos com nanotecnologia existem atualmente no mercado cosmético mundial, porque não há obrigatoriedade legal de informar a presença de nanopartículas em cosméticos. Também pode ocorrer de a empresa indicar na embalagem que o produto contém partículas de dimensão nanomérica, sem, contudo, verificar o tamanho da partícula. “No Brasil fizemos um levantamento de produtos que faziam menção à nanotecnologia e verificamos que alguns traziam nas embalagens refe­rências que induziam a acreditar que tinha um componente nanotecnoló­gico, mas pelo preço dava para perceber que isso não era possível”, diz Silvia.

“Nanotecnologia impõe certo custo ao produto.” O creme Primordiale, o primeiro com nanotecnologia lançado pe­la Lancôme para combater os sinais de idade, custa R$ 289,00 no site da empresa. Um produto semelhante da Anna Pegova, chamado Akinésine, fica em R$ 378,00. Preços bem maiores do que os cremes anti-sinais sem nanotecnologia das mesmas empresas são vendidos, em média, por R$ 80,00 a R$ 120,00.

O Projeto: Laboratório multiusuário de caracterização de sistemas de liberação micro e nanodispersos de fármacos
Modalidade: Programa Equipamentos Multiusuários
Co­or­de­na­dora: Maria Vitória Bentley - USP
Investimento: R$ 364.287,32 (FAPESP)


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domingo, 10 de abril de 2011

DMAE

DMAE

MEDICINA ESTÉTICA

Uma nova substância, de nome complicado, mas com resultados, aparentemente surpreendentes, contra flacidez e rugas, promete balançar o reinado da toxina botulínica tipo A, o produto que virou febre entre aqueles que procuram uma aparência mais jovem, de forma rápida e indolor. Trata-se do DIMETILAMINOETANOL, mais conhecido como DMAE.

O dimetilaminoetanol, substância encontrada principalmente em peixes, como salmão e anchova, foi descoberta por acaso e reproduzido em laboratório, com a finalidade de tratar casos de hiperatividade e depressão. Tomado na forma de comprimidos, observou-se que um dos efeitos era a contração excessiva dos músculos do pescoço dos pacientes.

Ao contrário da maioria dos cosméticos, o creme não age sobre as camadas superficiais ou mais profundas da pele, e sim na contração muscular. Por isso, não é preciso evitar o sol nem temer descamações.

Na verdade, a substância é antiga conhecida da medicina. Encontrado, naturalmente, na sardinha e no salmão, o DMAE era usado para melhorar a memória e tratar casos de hiperatividade e depressão leve.

Mas médicos e pacientes observaram que o uso do composto provocava um enrijecimento da musculatura do pescoço. A explicação é a de que a substância agiria nas fibras musculares, provocando o endurecimento do músculo.
O resultado seria menos flacidez e a pele mais esticada, diminuindo as rugas.

EFEITO NA PELE

Segundo alguns trabalhos apresentados, a melhora pode ser percebida em 30 a 60 minutos, após a aplicação do produto. Com o uso continuado da medicação os resultados tornam-se duradouros, dando maior firmeza e um aspecto mais rejuvenescedor à pele.

Com cerca de 3 meses de uso, os resultados mais perceptíveis foram a diminuição do aspecto ressecado e envelhecido da pele, ao serem percebidas melhoras significativas na flacidez da região das sobrancelhas, na rugosidade da pele, flacidez da região dos olhos e das pálpebras. Houve, também, melhora na elasticidade e firmeza da pele do rosto e do pescoço e na região ao redor dos lábios.

Em outro estudo, com 4 meses de duração, houve melhora significativa das linhas da região da testa, em comparação com um grupo que usou apenas o placebo (creme sem o princípio ativo). Este efeito persistiu por 2 semanas, após a interrupção do tratamento. Tudo isso sem dor.

O composto foi apresentado durante o último encontro da Academia Americana de Dermatologia realizado, recentemente, nos Estados Unidos e, desde então, vem merecendo a atenção dos Dermatologistas em todo o mundo.

DMAE X TOXINA BOTULÍNICA TIPO A

De acordo com os estudos feitos até agora, o DMAE atua na redução das rugas, a exemplo da toxina botulínica tipo A, mas com a vantagem de ser usado na forma de creme, e em casa - a toxina botulínica tipo A é injetável e só deve ser aplicado por especialistas.

DMAE: dimetilaminoetanol

- Sinonímia: deanol.
- Classe farmacológica: estimulante cerebral natural.
- Fontes naturais: é encontrado em abundância em anchovas e sardinhas.

Metabolismo e mecanismo de ação

Via Oral
O DMAE, ao ser administrado via oral, passa pelo trânsito gastrointestinal sem sofrer grandes alterações, penetra a barreira hematoencefálica e aumenta os níveis de colina e conseqüentemente, aumenta a síntese de acetil-colina diretamente a nível cerebral (é portanto um precursor indireto da acetil-colina). Atua como estabilizador de membrana e parece favorecer a longetividade, diminuindo a fadiga física e mental.

Uso Tópico
O uso tópico do DMAE também irá estimular a síntese da acetil-colina na junção neuro-muscular, melhorando a sua contração e assim proporcionando uma melhora na flacidez. Além disso, este produto é um potencial antioxidante (OH Hidroxila) atuando assim contra o envelhecimento.

DMAE e envelhecimento

A busca pela vitalidade tornou-se uma constante no ser humano, e as pesquisas vêm evoluindo no sentido de minimizar as marcas do tempo, tanto interna quanto externamente. Para isso devemos compreender uma série de fatores fisiológicos e bioquímicos que desencadeiam o processo de envelhecimento intrínseco e extrínseco.

No organismo humano as substâncias nutritivas (alimento e oxigênio) que prolongam a vida das células, devem ser administradas com a finalidade de conseguir um equilíbrio dinâmico de funções celulares. Porém o uso de produtos industrializados que utilizam em suas fórmulas conservantes, acidificantes, corantes e estabilizantes impedem o equilíbrio dinâmico necessário.

A terapia celular tem por objetivo promover uma revitalização das células e dos órgãos, oferecendo ao ser humano a possibilidade de transcorrer a vida com uma boa saúde.

Dentre os casos nos quais indicamos a terapia celular, podemos citar: Arteriosclerose, artrose, reumatismo, menopausa e terapia antienvelhecimento.

Envelhecimento

Com o passar dos anos, há um desequilíbrio do funcionamento do nosso organismo, levando ao processo de envelhecimento.

DMAE e radicais livres

O DMAE atua sobre a membrana plasmática, estabilizando assim este processo, evitando e diminuindo a concentração de Radicais Livres.

Indicações:

O FDA autorizou a comercialização do DMAE, enfocando sua atuação efetiva nas seguintes indicações:

- Síndrome da fadiga crônica.
- Depressão leve.
- Distúrbios de comportamento, associado à hiperatividade.
- Problemas de aprendizado (diminuição da compreensão e/ou da concentração).
- Dificuldade da leitura e/ou fala.
- Distúrbios compulsivos e/ou impulsivos descritos como associal, anti-social ou delinqüente.
- Demência senil.
- Melhora da contração muscular.
- Antioxidante, atua sobre o envelhecimento.

Outros benefícios com a suplementação do DMAE:

- Implementação da inteligência.
- Aumento da Memória.
- Aumento da capacidade de aprendizado.
- Melhora do humor e energia mental e física.

Sinergismo

O DMAE tem sua ação aumentada com a suplementação concomitante de vitamina B5 (pantotenato de cálcio), colina, lecitina de soja, L-fenilalanina, L-tirosina, L-acetilcarnitina e
ginkgo biloba.

Contra-indicação: epilepsia
Toxicidade: baixa.
Dosagem usual: 200 - 1200mg/dia oral.
Dosagem tópica: 3 a 10% em creme, serum ou loção.

O DMAE pode ser usado em todo o rosto, mesmo ao redor dos olhos nas pálpebras superiores e inferiores. Ele possui um efeito lifting que dura de 3 - 4 horas e um efeito acumulativo com uso seqüencial. Deve ser aplicado 1 a 2 vezes ao dia. Sua concentração ideal é de 5-10%. Pode ser feito em creme, gel ou serum. Seu efeito não é comparativo à Toxina.

Por enquanto, há somente um creme industrializado feito a partir do composto. Ele é fabricado pela Johnson&Johnson, mas não é comercializado no Brasil.

O que os dermatologistas estão fazendo é incluir o DMAE na fórmula de loções e cremes manipulados. Mas apesar do barulho provocado pelo seu lançamento, o preparado ainda divide os médicos.

O produto pode ser mais um aliado no combate ao envelhecimento cutâneo. Estudos mais detalhados, porém, com um maior número de pacientes e, a longo prazo, devem ser realizados para a confirmação destes resultados inicialmente animadores.

Fontes: vários sites
Maria de Lourdes Micaldas
http://www.velhosamigos.com.br/Dicas/beleza21.html