Dúvidas freqüentes sobre ultra-som
Que tipo de Ultra Som deve ser usado: pulsado ou contínuo?
Sua escolha vai depender do tipo de resposta que se queira selecionar. O modo contínuo eleva mais efetivamente a temperatura do tecido. Os modos pulsados, que possuem ciclo de trabalho de 20%, 10% ou 5% diminuem os efeitos térmicos. Ambos, contínuo e pulsado, podem produzir efeitos não térmicos. Os efeitos não térmicos do Ultra Som incluem a estimulação da regeneração dos tecidos moles e restauração óssea, aumento do fluxo sanguíneo e mudanças no metabolismo das células e promovem o alívio da dor . Observa-se que o modo contínuo aumenta a extensibilidade em estruturas ricas em colágeno, aumento na mobilidade articular, diminuição do espasmo e da dor, aumento do fluxo sangüíneo e da velocidade de condução nervosa produzindo ainda reações inflamatórias medianas (liberações histamínicas).
Como devo selecionar a intensidade mais apropriada de Ultra Som para o tratamento?
Isto dependerá do estado do tecido (por exemplo: contraturas, lesões profundas), o tipo e a profundidade do tecido que se deseja alcançar, o modo de aplicação do Ultra-som (pulsado ou contínuo) e a freqüência. Para o tratamento na fase inflamatória, os efeitos não térmicos e pequenas dosagens podem produzir respostas favoráveis das células; entretanto o Ultra-som em modo contínuo com intensidades maiores que 2W/cm2 podem realmente retardar o processo de restauração . Para diminuir os efeitos térmicos, Ultra-som em modo pulsado com intensidades menores que 1.0 W/cm2 também poderá ser usado. Intensidades maiores de Ultra-som em modo contínuo (1.5-2.5 W/cm2) poderão ser necessárias, quando o tecido que se deseja atingir for de localização profunda ou ainda quando existirem tecidos contraídos . Quanto maior for a freqüência de Ultra-som, maior será a atenuação e a absorção de energia em estruturas superficiais, isto é, 1 a 2cm abaixo da superfície da pele. A freqüência de 1 MHz deverá ser usada para tratar tecidos localizados em profundidades de 3 a 5 cm.
Com o aumento da intensidade pode-se compensar a diminuição do tempo de aplicação?
O aumento da intensidade não pode compensar a diminuição do tempo de tratamento pois os efeitos produzidos pelas duas variáveis diferem. O aumento da intensidade pode elevar excessivamente a temperatura do tecido e portanto não é desejado .
Quando estivermos usando o Ultra Som para introduzir medicamentos (fonoforese), qual o tipo de Ultra Som deveremos usar: contínuo ou pulsado?
Dyson (1985), afirma que a fonoforese torna-se mais fácil com aplicação de efeitos não térmicos (ondas pulsadas). Mudanças na permeabilidade dos tecidos facilitam a penetração dos medicamentos através da pele . O Ultra-som em modo contínuo ou pulsado com a mesma intensidade média possuem essencialmente o mesmo efeito de transporte ativo de íons através das membranas biológicas, sobre a permeabilidade e sobre mecanismos de difusão através das membranas . Devidos aos efeitos térmicos, ondas contínuas induzem uma pequena reação pró-inflamação. Se o objetivo do tratamento é diminuir a inflamação através de aO Ultra-som de 1.0 MHz é usado em estruturas mais profundas (músculos, tendões, bursas), pois ele é pouco absorvido em estruturas superficiais e em tecido adiposo. Ao contrário, 3.0 MHz deverá ser usado em estruturas superficiais, tanto com cotovelos, pois a energia é absorvida nos tecidos que estiverem entre 1 e 2 cm abaixo da superfície da pele, evitando o rebote do periósteo.
Quantas aplicações de Ultra-Som podem ser realizadas durante o tratamento?
Se não forem obtidos resultados positivos nas primeiras aplicações, com certeza: ou o Ultra-som não é indicado para o tratamento ou o aparelho não funciona corretamente, ou está descalibrado.
É contra indicado o uso de Ultra Som no músculo peitoral maior devido a este músculo estar próximo ao coração?
Como o Ultra-som possui grande dirigibilidade do feixe, pode-se optar pelo tratamento da área usando freqüência de 3MHz ou com intensidades baixas de 1.0 MHz. A intensidade aplicada diminui exponencialmente com a distância devido à absorção e distribuição através dos diferentes tipos de tecido (ou seja, o músculo absorve mais energia ultra-sônica do que gordura (Dyson, 1985).
A espessura de meio-valor (D/2), ou seja, a distância percorrida pelo feixe antes que ele seja decrescido pela metade do seu valor original, também é uma forma de calcular a atenuação. Se o tecido a ser atingido está a 5cm de profundidade e estiver usando 2.0W/cm2 a 1 Mhz de freqüência, o tecido em questão receberá 1 W/cm2 o qual é a metade do seu valor (Summer e Patrick, 1964). Assumindo-se que o coração esteja a 4 cm da superfície da pele, uma dosagem de 0.5W/cm2 poderá seguramente ser aplicada.12 - Por que os movimentos do Ultra-som devem ser lentos e contínuos?
Devido a não uniformidade do feixe de Ultra Som, o cabeçote não deve ficar parado sobre um mesmo local. Também não deve ser movimentado muito rápido, pois não haveria tempo do tecido entrar em ressonância. O melhor procedimento é o movimento circular-deslocado, numa velocidade de 1 a 2 cm/segundo.
É verdade que se aplicarmos crioterapia antes do Ultra-som, a terapia será mais profunda?
Sim, pois o gelo faz com que as estruturas se comprimam, assim tornando menor a absorção do Ultra-som na superfície. O uso de calor superficial na região provocará aumento da temperatura dos tecidos superficiais, onde ocorrerá maior absorção do Ultra-som, diminuindo, portanto a efetividade em tecidos profundos.
É necessário calibrar o Ultra Som freqüentemente?
Sim, recomenda-se uma aferição a cada 6 meses ou toda vez que o cabeçote cair no chão, apresentar trincas, ou algum tipo de ruído. Só assim poderá ser realizada uma terapia eficaz com doses realmente confiáveis.
Como testar a emissão de ondas do cabeçote do ultra-som?
Para tal é só colocar álcool em cima da área de radiação e ligar seu aparelho, se a água começar a vibrar de forma homogênea é sinal que está havendo a emissão de ondas. Para um teste mais técnico e fiel é necessário levar o equipamento para a assistência técnica e fazer a aferição.
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